Resenha: Cruzando o Caminho do Sol

Oi gente.
Não pude postar com frequência essa semana pois estou na reta das provas finais do semestre, aí já viram né? Mas estarei retornando ao normal em breve como também retribuindo as visitas  =)
Porém trago à vocês a resenha de um livro ótimo.

O Caminho para o Sol

Nome:Cruzando o Caminho do Sol

Nome Original:A Walk Across the Sun

Autor:Corban Addison

Editora:Novo Conceito

Ano:2012-Ribeirão Preto/SP

Páginas:448

ISBN:978-85-8163

Recebi esse livro de cortesia da editora parceira Novo Conceito e assim que vi do que se tratava, já o peguei logo para ler.

Não é um livro fácil e nem tranquilo, pois trata de um assunto bastante sério: O Tráfico Humano.

Conta a história de duas irmãs indianas, Sita e Ahalya. Elas são de classe média e possuem um ótimo relacionamento com a família, moram em uma casa ótima e possuem uma bela educação, de forma que até sabem um segundo idioma. Mas certo dia a vida dessas meninas dá uma reviravolta quando ocorre um Tsunami aonde vivem, este terrível acontecimento trás a destruição de tudo o que elas tinham, incluindo a perda de sua família.

Órfãs e sem amparo, ambas partem em busca de ajuda, porém acabam sendo alvos de uma armadilha perigosa, confiam em uma pessoa com más intenções que as vende para um grupo que pratica tráfico humano, desta forma as garotas acabam conhecendo outro lado da vida que dificilmente tem volta.

“Ahalya, sentada ao lado da irmã, estava imóvel e parecia não acreditar no que estava acontecendo. Em um único dia, toda a sua família havia sido aniquilada pelo mar e ela e Sita tinham sido sequestradas. O que será que Chako e a mulher pretendiam com elas? Será que outras moças  já haviam sido aprisionadas aqui, ou seria essa a primeira vez? Ahalya lembrou que Kanan havia recebido uma comissão do homem gordo, o que sugeria que eles já haviam feito isso antes. Mas por quê?”

Enquanto isso, mostra como é feito a busca destas pessoas que são vitimas do tráfico humano para fins sexuais. E neste meio há Thomas Clark um advogado americano que enfrenta várias crises pessoais e conjugais; por isso decide viajar para a Índia para trabalhar em uma ONG que denuncia tráficos de pessoas enquanto que tenta reatar a relação com sua esposa. Deste modo suas vidas se cruzarão num cenário perigoso.

“Pela segunda vez naquela manhã, Ahalya se ajoelhou; desta vez, porém seus olhos não estavam cheios de lágrimas. Em vez de chorar, ela olhou para o sol que nascia no leste. Ela ergueu a face e sentiu a luz penetrando nela como se fosse uma semente em um solo fértil. A luz se espalhou pelo seu ser e a sua pele começou a formigar. Ela começou a rir e imediatamente se lembrou de como era boa a sensação. Seu riso ecoou pelo gramado, enchendo a floresta e silenciando os pássaros.”

Demorei a ler esse livro, não só por causa do tema, mas também pela quantidade de páginas. Quanto à narrativa, é bastante intensa e ressalta como é o sofrimento das personagens principais depois que são raptadas, tanto que a cenas realmente tristes e emocionantes que fazem o leitor pensar em como existem pessoas capazes de tanta maldade. E de como muitas pessoas que desaparecem na vida real podem estar na mesma situação, contudo trata-se de uma história fictícia, porém houve uma intensa pesquisa para escrevê-la e o autor explica isto no final do livro.

“Ela tentava lutar contra a angustia que lhe apertava o peito sem cessar, mas, nesse momento, cedeu a pressão. Lagrimas rolaram pelo rosto, fazendo arder os olhos de Ahalya. Ela tomou Sita em seus braços e prometeu a Lakshimi; pela alma de seu pai, que não permitiria que nada de mal acontecesse a Sita.Ela seria como uma mãe para Sita. Faria o sacrifício que fosse necessário para que Sita encontrasse uma nova vida depois que findassem aqueles dias de horror. A existência de sua irmã lhe dava energia. Ela não podia falhar.” 

Não tenho muito que falar, pois poderei acabar soltando algum spoiler, entretanto posso explicitar que O Caminho para o Sol é extremamente bem escrito, brilhante e as personagens Ahalya e Sita são fortíssimas E o autor está de parabéns principalmente por tratar-se de seu primeiro trabalho.

Assim deixo a recomendação deste excelente livro para quem estiver disposto a ler algo que trás um assunto verídico.

“ Depois de tudo, ela ficou deitada no colchão fino, como olhar fixo no teto e se sentindo profundamente suja. Ela se levantou e se lavou na pia. Sentada no vaso sanitário, ela se deu conta da brutalidade da sua existência. Uma Beshya não podia esperar da vida nada além do ar em seus pulmões, água e comida em seu estomago, um teto sobre sua cabeça e a afeição daquelas como ela. Para sobreviver em um mundo como esse, ela teria que arrancar o coração do corpo. Não havia outra opção. Pensou em Sita, esperando por ela no andar de cima, amedrontada, magoada, mas ainda intocada após uma semana e meia no bordel de Suchir. Sita esperava que Ahalya fosse o escudo contra os horrores que aguardavam por ela. Ela não podia se permitir sucumbir ao desespero.”

Beijos.